Em Campo Grande, a reta final da campanha eleitoral se transformou em um verdadeiro anel de batalhas judiciais. De um lado, o deputado federal Beto Pereira, do PSDB, luta com todas as forças para recuperar terrenos nas pesquisas após denúncias recentes que o colocaram no centro de um escândalo envolvendo o Detran-MS. Do outro, Adriane Lopes, atual prefeita, comemora cada vitória conquistada na Justiça, enquanto a briga pelos votos vai se intensificando.

Beto, vendo sua popularidade despencar, não tem treinos aprimorados para barrar o avanço de sua adversária. A mais recente jogada do tucano foi tentar tirar Tereza Cristina da propaganda eleitoral de Adriane, como se, de jogo alguma forma, isso fosse virar o seu favor. Mas não foi o suficiente. No embate jurídico, Adriane conseguiu um direito de resposta dentro do horário de Beto, após o candidato ser punido por divulgar informações falsas sobre a revitalização da Lagoa Itatiaia. A vitória da prefeita foi como um golpe certo, acertando o orgulho do rival.

E uma troca de golpes continua. O governador Eduardo Riedel, tentando socorrer o aliado, foi barrado pela Justiça por extrapolar seu tempo de participação em um vídeo de campanha. A legislação eleitoral é clara: aliados podem aparecer, mas não devem roubar ou protagonismo. A ordem para suspender o vídeo saiu rápido, como se o próprio relógio estivesse apressado, ansioso para ver o desfecho desse duelo.

Mas Beto, num contra-ataque, conseguiu uma liminar para retirar vídeos de Adriane com a senadora Tereza Cristina e o deputado Luiz Ovando. Era a velha regra dos 25% em jogo, e desta vez, ele levou a melhor. O que, se compararmos as ações, Tereza e Ovando pedir votos é chazinho de erva-cidreira comparado à informações falsas do vídeo de Beto.

Assim, com propaganda suspensa de lá e vídeos retirados de cá, a campanha segue e cada movimento é decisivo. O domingo se aproxima e, com ele, o segundo turno. 

Para onde o vento vai soprar? 

Só o eleitor saberá dizer. Enquanto isso, os candidatos seguem em uma corrida contra o tempo.

Por Alcina Reis.