Nesta quarta-feira (13), completam-se 40 anos da morte de Conceição dos Bugres, renomada artista sul-mato-grossense. Nascida em Santiago (RS) em 1914, Conceição Freitas da Silva faleceu em Campo Grande em 1984, deixando um legado inestimável para a arte brasileira. Suas esculturas, conhecidas como "bugres", tornaram-se símbolos de identidade e resistência cultural.

A trajetória de Conceição foi marcada pela descoberta e incentivo de Humberto Espíndola e Aline Figueiredo, fundadores da AMA (Associação Mato-Grossense de Arte), que a auxiliaram no aprimoramento de suas obras. A origem dos "bugres" é envolta em misticismo, com relatos da própria artista sobre a inspiração em uma cepa de mandioca e sonhos, conforme registrado no livro "Vozes do Artesanato" (FCMS/2011), do músico e jornalista Rodrigo Teixeira.

Apesar do sucesso e da grande demanda por suas esculturas nas décadas de 1970 e 1980, Conceição manteve uma vida simples. Seu neto, Mariano Antunes Cabral Silva, aprendeu a arte com a avó desde os oito anos de idade e hoje, aos 58, é o único herdeiro desse legado. Ele comercializa os "bugres" na Casa do Artesão, em Campo Grande, com preços que variam de R$ 50 a R$ 300.

Mariano também se dedica a difundir a história de Conceição e seus "bugres" por meio de oficinas em escolas e festivais. "Artesanato para mim é uma bênção", afirma, emocionado ao dar continuidade ao trabalho da avó.