A Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quarta-feira (23), investiga um esquema de descontos associativos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. Segundo a CGU (Controladoria-Geral da União), 72% das entidades envolvidas não tinham estrutura para prestar os serviços oferecidos e não apresentaram a documentação exigida.

Desde 2023, cerca de 1.300 aposentados foram entrevistados. Mais de 90% afirmaram não ter autorizado os descontos, muitos só tomaram conhecimento durante as apurações.

Foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária — três pessoas foram presas e outras três estão foragidas. A operação ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal.

As entidades teriam cobrado aproximadamente R$ 6,3 bilhões de aposentados entre 2019 e 2024. O esquema envolvia descontos feitos sem o consentimento dos beneficiários por meio de Acordos de Cooperação Técnica firmados com o INSS.

Seis servidores públicos foram afastados, entre eles o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Os investigados podem responder por corrupção, falsificação, violação de sigilo, organização criminosa e lavagem de dinheiro.