“Justiça (In)Justa”

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O que pesa mais na balança da justiça? Matar uma mãe no trânsito, embriagado, ou sonegar impostos lavando dinheiro e comandando o jogo do bicho? Ambos são crimes, ambos devem receber o peso da lei. Mas, curiosamente, aquele que tirou uma vida responderá por apenas seis anos de prisão, enquanto o outro, por crimes financeiros, cumprirá oito.

Não questiono a condenação de oito anos, mas sim a sentença de seis. É esse o valor de uma vida inocente para a justiça?

Difícil não se indignar. Pior ainda é imaginar que, em breve, aquele que matou no trânsito possa estar em liberdade, beneficiado por alguma decisão que não surpreenderia quem já viu sentenças sendo revertidas com facilidade.

Os casos

Seis anos de prisão:

Novembro de 2017: João Pedro, dirigindo sob efeito de álcool, causa o acidente que mata a advogada Carolina Albuquerque Macedo.

Junho de 2023: O mesmo envolvido em outro acidente grave no cruzamento das avenidas Paulo Coelho Machado com a Rubens Gil de Camilo, fere uma mulher gravemente.

Janeiro de 2017: Condenado por lesão corporal culposa em um terceiro caso de embriaguez ao volante.

Oito anos de prisão:

O deputado estadual Jamilson Name (PSDB) é condenado a oito anos de prisão e à perda de metade dos valores bloqueados, que ultrapassam R$ 18 milhões.

A origem da fortuna já é conhecida, e, mesmo assim, a pena parece leve para a dimensão do crime.

A justiça, que deveria ser cega, parece enxergar apenas os mais fracos, enquanto os poderosos e influentes escapam com penas brandas ou até mesmo com a impunidade.

A “pena” maior é da família da advogada Carolina Albuquerque, que esperou por justiça e viu a vida de sua ente querida ser reduzida a míseros 6 anos de prisão.

A pena é da população sul-matogrossense, que luta para sobreviver com honestidade e vê seus impostos escorrerem pelos ralos da corrupção e o custo de vida disparar, tendo que cobrir esse rombo a “Fórceps” pois quem tinha que ter pago SONEGOU!

E a pena é de todos nós, que assistimos indignados a essa farsa chamada justiça, onde a balança pende para o lado dos mais poderosos.

Ironia do destino: 

" E ainda temos que aplaudir a justiça por sua "evolução", já que há alguns anos nem mesmo essa punição irrisória seria aplicada.

Palavra do dia?

I N D I G N A Ç Ã O!

Por Alcina Reis

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

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