Campo Grande proíbe plantio, comercialização e transporte de Leucena, por risco ambiental

| Créditos: Foto: Reprodução/IlhaViva - UFRJ


Campo Grande proibiu o plantio, transporte e comercialização da Leucena (Leucaena leucocephala), planta exótica considerada invasora. A medida integra o Plano de Erradicação e Substituição da espécie, previsto na Lei nº 7.418, publicada nesta quarta-feira (4) no Diário Oficial do Município.

Quem descumprir a norma poderá ser multado em R$ 1.000, valor que dobra em caso de reincidência.

Segundo o biólogo Pedro Isaac Vanderlei de Souza, a Leucena forma um banco de sementes duradouro e ocupa o espaço da flora nativa. Ele recomenda o uso de espécies como feijão-de-porco (Canavalia) e Crotalária como alternativas.

Originária da América Central, a Leucena foi trazida ao Brasil como forrageira, mas se espalha com facilidade, especialmente em terrenos baldios e margens de córregos.

A Leucena (Leucaena leucocephala), apesar de ser amplamente usada como forrageira, apresenta diversos impactos ambientais negativos quando se estabelece fora de seu habitat original. Os principais são:

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1. Competição com espécies nativas

Forma densos bancos de sementes, o que favorece sua regeneração rápida após o corte ou remoção.

Sombra densa e alelopatia (liberação de substâncias químicas no solo) inibem o crescimento de plantas nativas ao redor.

2. Redução da biodiversidade

Ao dominar o ambiente, substitui a vegetação local, reduzindo a diversidade de espécies vegetais e, por consequência, de fauna que depende dessas plantas.

3. Alterações no solo

Embora fixe nitrogênio, pode desequilibrar o ciclo de nutrientes do solo em ecossistemas nativos, favorecendo apenas algumas espécies e empobrecendo a diversidade funcional do solo.

4. Rápida disseminação

Se propaga facilmente por sementes e rebrota com vigor após o corte, dificultando o controle e favorecendo a invasão de áreas urbanas, margens de rios e matas ciliares.

5. Dificuldade de erradicação

Requer manejo intensivo para controle, pois possui alta capacidade de regeneração, o que implica em custos ambientais e financeiros elevados.

Por esses motivos, a Leucena é considerada uma espécie exótica invasora em várias regiões tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil.

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