Péricles relembra fim do Exaltasamba: ‘Foi difícil, mas importante parar no auge para ter o respeito que temos hoje’

Primeiro álbum solo de Péricles foi 'Sensações' | Créditos: Divulgação


Péricles foi um dos principais nomes do grupo Exaltasamba, referência no samba e pagode brasileiros. O grupo surgiu nos anos 1980 e em 1986, o artista, que tocava em rodas de samba no ABC paulista, foi convidado para integrar o Exalta, onde ficou até 2012.

A decisão de sair do grupo depois de 26 anos de sucesso não foi fácil, mas Péricles achou que era hora de seguir carreira solo.

“Partir foi como alguém que pula no abismo, sem saber o que tem no fundo. Para certos momentos na vida, você tem que ir com medo mesmo. E foi isso que procurei fazer. Nesse primeiro momento, não tinha nada, não tinha a banda, não tinha a configuração”, relembrou o cantor em entrevista ao Prosperidade 360º, canal comandado pela cantora Luiza Possi.


“A gente estava indo para um caminho onde a gente estava ganhando todos os prêmios. Tudo de melhor, acontecendo lindo, tudo maravilhoso. Mas foi onde acendeu a luz de pensar: ‘Caramba, é muito legal, mas a gente não vai viver isso de novo’. Seria importante parar ali, no auge, para ter o respeito que a gente tem hoje. Eu respondo isso há 12 anos, todo dia, mas a gente fez o que tinha que ser feito. A missão é muito bem cumprida”, complementou.

Apesar de ter certeza da decisão na época, Péricles sofreu nos primeiros shows sozinho no palco.


“Eu fiquei bastante preocupado, porque eu tive que virar um entertainer da noite para o dia. Uma coisa é você estar numa banda, outra é estar solo. Você tem que ser o cantor, o cara que entretém, que tem movimentação, que atrai toda a atenção... No Exalta, cada um fazia o seu momento e o show durava no mínimo três horas, e a gente fazia com pé nas costas. Na carreira solo, eu fazia um show de uma hora, uma hora e meia, e sofrendo no primeiro momento. Mas volto a dizer, essa questão do medo me empurrou para dentro do problema e eu resolvi”, afirmou.

A inquietude e a vontade de fazer coisas novas impulsionaram Péricles a continuar.


“Volto a dizer, a gente não pode se sentir estacionado, né? De querer sempre fazer mais, de estar sempre lançando uma música nova e uma música que agrade o público que já conquistei. E que seja uma novidade para aquele que nunca me ouviu — sempre tem alguém que nunca me ouviu. É isso que me move a sempre querer estar ali buscando, trabalhando mais", finalizou.

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