Numa democracia, é assim que a pandemia é vivida: o serviço público de jornalismo faz seu trabalho, inclusive investigando as autoridades. A polícia atua, inclusive contra políticos locais. E as autoridades, quando violam a lei, são punidas. Isso é o que ocorreu na Noruega.
A primeira-ministra Erna Solberg foi multada em mais de R$ 13 mil por violar uma regra que seu governo impôs, impedindo que famílias e amigos realizassem eventos com mais de dez pessoas, mesmo em suas casas.
Para comemorar seu aniversário, ele convidou 13 pessoas para um jantar num restaurante. Três a mais do que era permitido.
E como tudo isso foi revelado? A multa foi aplicada depois que a emissora pública do país, a NRK, transmitiu a reportagem sobre o aniversário de Solberg. A notícia levou a polícia a abrir uma investigação formal.
O evento ocorreu em fevereiro e marcaria os 60 anos da chefe de goverrno, já em seu segundo mandato.
Ela pediu desculpas de forma repetida ao longo das últimas semanas e anunciou que irá pagar a multa, sem recorrer.
Do lado da polícia, as autoridades deixaram claro que dezenas de outros episódios da mesma natureza já foram identificado em Oslo, com jovens e outras famílias. As multas aplicadas, porém, não foram cobradas.
Mas, no caso da primeira-ministra, a opção da polícia foi por exigir o pagamento, inclusive para que ela seja usada como exemplo.
"Ainda que a lei seja igual para todos, não somos iguais perante a lei", disse Ole Saeverud, chefe da polícia. Para ele, tal medida era fundamental para que as demais pessoas pelo país continuem a respeitar a lei.